A cruz de Cristo é a resposta de Deus ao mal do mundo, diz Papa

 
 
 
A tradicional Via Sacra no Coliseu, em Roma, teve início às 21h10 (horário local, 17h10 em Brasília) desta sexta-feira santa, 29, e foi presidida pelo Papa Francisco.

As meditações foram preparadas por jovens libaneses, sob a orientação do Patriarca Maronita do Líbano, cardeal Béchara Boutros Raï, e revelaram um pouco das ansiedades e expectativas dos povos do Oriente Médio.

A reflexão da Via Sacra começou recordando uma pergunta feita a Jesus em sua passagem pela Judeia. "Alguém correu para Ele e ajoelhou-se perguntando: 'Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?'" (Mc 10,17).

"A esta pergunta, que arde no mais fundo do nosso ser, Jesus deu resposta percorrendo o caminho da cruz. Contemplamo-Vos, Senhor, nesta estrada, sendo Vós o primeiro que a seguistes e, no fim dela, 'lançastes a vossa cruz como uma ponte através da morte, a fim de que os homens pudessem passar da terra da morte para a da Vida'", destacou o texto das meditações, que teve, como uma de suas inspirações para a elaboração, a Exortação Apóstolica 'Ecclesia in Medio Oriente'.

Como é costume, a cada estação a cruz foi carregada por pessoas de várias partes do mundo, como sinal da redenção de Cristo por todos.

Na primeira estação, a cruz foi levado pelo vigário para a diocese de Roma, cardeal Agostino Vallini. Na segunda, foi a vez de uma família italiana conduzir o símbolo, e na terceira, uma família indiana.

Na quarta e na quinta estação, a cruz foi carregada por uma senhora de cadeira de rodas, e na sexta e sétima, por jovens sacerdotes chineses. Na oitava e nova estação, foi a vez de um sacerdote italiano e outro da Síria, para recordar a Terra Santa.

Na décima estação, a cruz foi levada por religiosas, representando a África, na 11ª estação, por uma religiosa do Líbano, representando o Oriente Médio, e na 12ª e 13ª estação, dois brasileiros levaram a cruz, representando a América Latina. E na 14ª e última estação, o cardeal Vallini voltou a carregar a cruz.

Palavras do Papa

Na conclusão da Via Sacra, o Papa Francisco dirigiu algumas palavras aos fiéis, destacando que, nesta noite, os cristãos devem permanecer com uma única palavra: a cruz.

"A cruz de Jesus é a palavra com que Deus respondeu ao mal do mundo. Às vezes parece que Deus não respondeu ao mal, que permaneceu calado. Na realidade ele falou, respondeu e sua resposta é a cruz de Cristo. Uma palavra que é amor, misericórdia, perdão e também julgamento. Deus julga amando-nos", destacou.

O Papa explicou que as pessoas que acolhem o amor de Deus estão salvas, porém, as que o recusam, estão condenadas, "não por Ele", mas por si próprias. "Deus não condena, Ele unicamente ama e salva".

E se dirigindo aos cristãos, o Papa Francisco afirmou que a "palavra da cruz é também a resposta dos cristãos ao mal que continua a agir ao nosso redor. Os cristãos devem responder ao mal com o bem, tomando sobre a si a cruz, como Jesus".

Por fim, o Papa convidou a todos a caminharem juntos na senda da cruz, levando no coração esta Palavra de amor e perdão, esperando a ressurreição de Cristo, que ama a todos, e concluiu com sua benção apostólica.

A Via Sacra é uma oração que tem como objetivo meditar a paixão, morte e ressurreição de Cristo.

Fonte: Canção Nova Notícias

Da redação do Portal Ecclesia.

Veja imagens das celebrações da Páscoa no Brasil e no mundo

 http://veja4.abrilm.com.br/assets/images/2012/4/73807/comemoracao-pascoa-mundo-20120406-24-size-598.jpg?1333750450

Cristãos em todo o mundo relembram crucificação de Cristo nesta Sexta-Feira Santa:
Celebração da Sexta-Feira Santa em Belém (PA) (29/03)
Celebração da Sexta-Feira Santa em Belém (PA) (29/03)
Foto: Futura Press

Peregrino cristão vestido como Jesus Cristo carrega cruz durante representação da crucificação na Cidade Velha de Jerusalém (29/03)
Peregrino cristão vestido como Jesus Cristo carrega cruz durante representação da crucificação na Cidade Velha de Jerusalém (29/03)
Foto: AP

Peregrinos católicos rezam dentro da Igreja do Santo Sepulcro, que se acredita ser o local da crucificação de Cristo, na Cidade Velha de Jerusalém (29/03)
Peregrinos católicos rezam dentro da Igreja do Santo Sepulcro, que se acredita ser o local da crucificação de Cristo, na Cidade Velha de Jerusalém (29/03)
Foto: AP

Penitente mascarado da Irmandade de La Santa Vera Cruz reza durante procissão Los Picaos na vila de San Vicente de la Sonsierra, Espanha (29/03)
Penitente mascarado da Irmandade de La Santa Vera Cruz reza durante procissão Los Picaos na vila de San Vicente de la Sonsierra, Espanha (29/03)
Foto: AP

Pé com corrente de penitente mascarado da Irmandade de La Santa Vera Cruz é visto durante procissão na vila de San Vicente de la Sonsierra, Espanha (29/03)
Pé com corrente de penitente mascarado da Irmandade de La Santa Vera Cruz é visto durante procissão na vila de San Vicente de la Sonsierra, Espanha (29/03)
Foto: AP

Cristãos paquistaneses participam de missa em igreja de Lahore (29/03)
Cristãos paquistaneses participam de missa em igreja de Lahore (29/03)
Foto: AP

Nadador sai de água perto de boneco de neve em formato de coelho em praia de Strandbad do lago Wannsee em Berlim, Alemanha (29/03)
Nadador sai de água perto de boneco de neve em formato de coelho em praia de Strandbad do lago Wannsee em Berlim, Alemanha (29/03)
Foto: AP

David Carnell (C) interpreta papel de Jesus Cristo durante procissão na Sexta-Feira da Paixão em Sydney, Austrália (29/03)
David Carnell (C) interpreta papel de Jesus Cristo durante procissão na Sexta-Feira da Paixão em Sydney, Austrália (29/03)
Foto: AP

Coelhos de chocolate sorridentes são expostos em loja de Bruges, Bélgica (29/03)
Coelhos de chocolate sorridentes são expostos em loja de Bruges, Bélgica (29/03)
Foto: AP


http://www.cafedasquatro.com.br/materia/?cM=413448

Missas dos Santos Óleos e Lava-pés lotam a Catedral de Aracaju



A Quinta-feira Maior foi de celebrações na Catedral Metropolitana de Aracaju. Pela manhã, a Missa dos Santos Óleos celebrada pelo bispo auxiliar de Aracaju, Dom Henrique Soares da Costa, reuniu centenas de fiéis e no final da tarde, a Missa do Lava-pés, celebrada pelo arcebispo Dom José Palmeira Lessa também contou com muitos católicos.

Lembrando as palavras do Papa Francisco, em que ele pede a unidade dos fiéis com os sacerdotes, Dom Henrique Soares pediu aos fiéis:
“Permaneceis unidos aos vossos sacerdotes com o afeto e a oração, para que sejam sempre pastores segundo o coração de Deus. Amados sacerdotes, Deus Pai renove em nós o Espírito de Santidade com que fomos ungidos, o renove no nosso coração de tal modo que a unção chegue a todos, mesmo nas periferias onde o nosso povo fiel mais a aguarda e aprecia”.
D. Henrique disse ainda que o óleo dos Catecúmenos que os fiéis recebem no peito é força do Espírito de Cristo ungido para combater o pecado.
Fiéis lotaram a catedral para celebração
“O óleo do Santo Crisma não é abençoado, mas consagrado por que é símbolo excelente do Espírito Santo. É o Óleo da força para a missão, pois os que são crismados recebem a força para edificar a Igreja, edificar o Cristo Jesus”, explica.


 Já na missa do Lava-pés, foi relembrado o gesto de humildade e serviço realizado por Jesus Cristo ao lavar os pés dos 12 discípulos, em seguida participando da chamada Ceia Derradeira.
 
 

Os ritos e simbolismos da Semana Santa

 


Nada de carne vermelha e muito chocolate. Embora esses hábitos sejam considerados característicos da Semana Santa e da Páscoa, as celebrações ligadas ao feriado envolvem tradições e representações milenares relacionadas, principalmente, à religião cristã, a qual tem na paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo seu principal dogma. O pesquisador da Universidade Federal do Pará (UFPA), Heraldo Maués, explica as especificidades do cristianismo que tornam a Semana Santa diferente de outros feriados católicos.

Para o antropólogo, apesar de existir há mais de dois mil anos, o cristianismo e suas tradições ainda permanecem na cultura brasileira. "A Semana Santa faz parte da tradição brasileira a partir de uma forte influência do catolicismo em nossa sociedade que, embora tenha declinado nos últimos anos, ainda se mantém hegemônico. Até o ponto que posso perceber, ela constitui uma espécie de preâmbulo para a Páscoa, esta, sim, a mais importante celebração católica", afirma.

Desde o silêncio das três horas da agonia até a malhação de Judas, algumas práticas populares se mantém vivas nas celebrações cristãs da Semana Santa, inclusive no Pará.

Na opinião de Heraldo Maués, tradições como as encenações da Paixão de Cristo e as procissões tradicionais são bastante características da região, apesar de não serem exclusivas amazônicas.


 Transformação - Segundo o antropólogo a figura de Jesus é o aspecto que distingue o cristianismo de outras religiões e cultos messiânicos. Ele explica que "trata-se da ideia de uma profunda transformação no mundo a ser operada pela morte e ressurreição de um herói cultural, que permite a ressurreição de todos os homens, que, então, serão premiados ou condenados por sua condição terrena."
Apesar de ser conhecido como uma celebração católica, a Semana Santa e a Páscoa também se encontram em outras vertentes do cristianismo. "Igrejas do protestantismo histórico, embora se considerem não ritualistas, podem guardar e respeitar esses rituais, dando importância, sobretudo, à Páscoa", afirma o professor da UFPA.
"As celebrações da Semana Santa e Páscoa estão envoltas por muito simbolismo, entre eles, o jejum que precede a refeição de domingo", revela o antropólogo da UFPA. A prática surgiu na Idade Antiga, quando carne vermelha era apenas consumida em banquetes e, por isso, associada à gula pela Igreja Católica. "O peixe substitui a carne nos rituais católicos, que são prescritos – hoje, já de forma bem moderada - durante a Semana Santa, através do jejum e da abstinência de carne vermelha", esclarece o professor.

Outras Páscoas – Os judeus também celebram a páscoa, mas o feriado, neste caso, tem um significado diferente. O Pessach (nome em hebraico) representa a travessia do mar Vermelho, quando os judeus foram libertados da escravidão no Egito, liderados por Moisés, e seguiram rumo à Terra Prometida a seus ancestrais. A páscoa cristã recebeu o mesmo nome porque a Paixão de Cristo teria ocorrido durante o início das comemorações judaicas do Pessach.

Apesar do nome, as duas celebrações religiosas não acontecem ao mesmo tempo. A páscoa cristã é celebrada no primeiro domingo de lua cheia depois do equinócio de outono. Enquanto a páscoa judaica inicia na primeira lua cheia do equinócio, independente do dia da semana. Por isso, dificilmente o Pessach e a Páscoa cristã acontecem no mesmo dia.

Um segmento religioso de matriz africana conhecido como Mina-Nagô, suspende suas atividades tradicionais, no período de páscoa, substituindo-as por rituais de recolhimento.

Para seus seguidores, a “Quaresma” também é um período de meditação, mas com o significado de perigo e desproteção, pela ausência temporária das entidades das casas de culto.


A antropóloga Anaiza Virgulino, professora do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Pará (IFCH/UFPA), que há anos se dedica aos estudos dos cultos de matriz africana, explica que esse é, também, um período marcado pela “penitência”, quando o costume dos católicos em visitar sete igrejas a pé, na Sexta-feira da Paixão, também é seguido por esse grupo religioso. O tempo da Quaresma, cujo o início depende de cada casa de culto, se encerra sempre no Sábado de Aleluia.

Texto: Renan Mendes – Assessoria de Comunicação da UFPA

Fotos: Alexandre Moraes

http://www.portal.ufpa.br/imprensa/noticia.php?cod=7379

Papa Francisco realiza sua primeira catequese com os fiéis

 
 
 
O Papa Francisco realizou na manhã desta quarta-feira, 27, sua primeira audiência geral. Depois de 14 dias desde a sua eleição, o Santo Padre esteve hoje com os fiéis na praça São Pedro para uma catequese sobre a Semana Santa.

Logo no início do encontro, Papa Francisco destacou seu reconhecimento e veneração para com Bento XVI e informou que, depois da Páscoa, retomará o ciclo de catequeses sobre o Ano da Fé, como estava fazendo seu predecessor.

Sobre o significado da Semana Santa para os fiéis, Francisco destacou que isto constitui em sair de si mesmo, indo ao encontro do outro, sobretudo daqueles que estão mais distantes, que são mais esquecidos. "Há tanta necessidade de levar a presença viva de Jesus misericordioso e rico de amor!", destacou o Papa.

O Pontífice recordou que este é o caminho a seguir, lembrando que Jesus, em sua missão terrena, teve atenção com todos, sem distinção: humildes, ricos, poderosos ou indefesos, levando uma mensagem de esperança e a misericórdia de Deus para todos.

"Deus não esperou que fôssemos a Ele, mas foi Ele que se moveu para nós, sem cálculos, sem medidas. (…) Jesus não tem casa porque a sua casa é o povo, somos nós, a sua missão é abrir a todos as portas de Deus, ser a presença do amor de Deus".

Francisco disse ainda que a Semana Santa é um tempo de graça que o Senhor doa ao ser humano para abrir as portas do seu coração, da sua vida, e sair ao encontro dos outros, fazendo levar a luz e a alegria da fé.

"Sair sempre! E isto com o amor e a ternura de Deus, no respeito e na paciência, sabendo que nós colocamos nossas mãos, nossos pés, o nosso coração, mas em seguida é Deus que os orienta e torna fecunda a nossa ação. Desejo a todos viver bem estes dias seguindo o Senhor com coragem, trazendo em nós mesmos um raio do seu amor a quantos encontrarmos".

Fonte: Canção Nova Notícias

Da redação do Portal Ecclesia.

O Papa exorta a meditar nesta Semana Santa na infinita paciência de Deus conosco

 
Nesta Segunda-feira Santa, o Papa Francisco fez um chamado a que, nesta Semana Santa, os católicos meditem na paciência que Deus tem com os pecados e as debilidades de cada um, pois seu amor é sempre superior a eles.

Assim o indicou o Santo Padre em uma breve homilia na Missa que celebrou ontem na Casa Santa Marta, em que meditou sobre a paciência a partir da passagem evangélica em que Judas critica a Maria por ungir os pés de Jesus com perfume.

A paciência "infinita" de Deus está refletida nesta passagem na qual Jesus é paciente com Judas. São João destaca no Evangelho que Judas não se preocupava com os pobres, mas se preocupava com o dinheiro que roubava. Jesus não lhe diz "você é um ladrão", mas com seu amor "foi paciente com Judas, procurando atrai-lo a si com sua paciência, com seu amor".

"Fará bem para nós pensar nesta Semana Santa na paciência de Deus, naquela paciência que o Senhor tem conosco, com nossas debilidades, com nossos pecados", exortou o Pontífice.

"Quando pensamos na paciência de Deus. Isso é um mistério!", exclamou o Papa. "Esta paciência que Ele tem conosco! Fazemos tantas coisas, mas Ele é paciente". "É paciente como o pai que no Evangelho viu o filho de longe, aquele filho que foi embora com todo o dinheiro da herança".

E por que pôde vê-lo de longe? Pergunta-se o Papa: "porque, todos os dias, ia ao alto para olhar se o filho voltava". Esta, disse Francisco, "é a paciência de Deus, esta é a paciência de Jesus".

"Pensemos em uma relação pessoal, nesta Semana: como foi na minha vida a paciência de Jesus comigo? Sobretudo isto. E logo sairá de nosso coração uma só palavra: ‘obrigado, Senhor, obrigado pela sua paciência!’"

Fonte: ACI Digital

Da redação do Portal Ecclesia.

Sudário de Turim data do primeiro século segundo novos estudos

 
 
 
Novas experiências científicas realizadas na Universidade de Pádua, confirmam que o Sudário data do primeiro século da era cristã. Os dados aparecem no livro “O mistério do Sudário”, de autoria do professor Giulio Fanti e do jornalista Saverio Gaeta que será lançado nesta quarta-feira, 27.


As pesquisas do professor apresentam recentes investigações que breve serão publicadas e que estarão sujeitas à análise e julgamento de uma comissão científica. Estes estudos na área de química e mecânica foram realiados com ráios infra-vermelhos e outros depositivos avançados.


Um deles foi uma análise de multi-paramétrico mecânico baseado em cinco diferentes parâmetros mecânicos que estão relacionados com a tensão do tecido. Para realizar este estudo das fibras do Sudário foi usado uma máquina de ensaio de tração capaz de avaliar fibras extremamente pequenas. Foram analisadas 20 amostras de tecido que confirmaram que a antiguidade de 3000 está equivocada e apresentam como data possível ano 2000, depois de Cristo.


De acordo com a matéria publicada no boletim “Vatican Inside”, do jornal italiano “La Stampa”, cientistas de diferentes centros de estudos da Itália participaram da análise e concordam em afirmar que o Sudário tem uma antiguidade que coincide com a tradição que o rodeia.

As investigações apresentadas no livro de Fanti e Gaeta indicam resultados que superam as analises anteriores, segundo os autores, com bases nos experimentos. Assim, de acordo com a análise de FT-IR, o tecido é entre 300 - 400 aC, com a análise de Raman estima-se a data de 200 aC - 500 aC, e finalmente, segundo a análise de multi-paramétrico mecânica, apresentaria como resultados simples a data de 33 aC à 250 anos, portanto, na margem do que a tradição referente ao Sudário apresenta.(Jefferson Souza)


Da redação do Portal Ecclesia.

Comissão da CNBB se manifesta diante de decisão do CFM sobre a legalização do aborto

 
 
O Conselho Federal de Medicina (CFM), que representa mais de 400 mil médicos brasileiros, se posicionou, na última quinta-feira, 21 de março, a favor da autonomia da mulher em interromper a gravidez até 12ª semana de gestação.

Segundo a informação do site do CFM, por maioria, os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) concordaram que a Reforma do Código Penal, que ainda aguarda votação, deve afastar a ilicitude da interrupção da gestação em uma das seguintes situações:

a) quando "houver risco à vida ou à saúde da gestante";

b) se "a gravidez resultar de violação da dignidade sexual, ou do emprego não consentido de técnica de reprodução assistida";

c) se for "comprovada a anencefalia ou quando o feto padecer de graves e incuráveis anomalias que inviabilizem a vida independente, em ambos os casos atestado por dois médicos";

d) se "por vontade da gestante até a 12ª semana da gestação".

A Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e Família (CEPVF) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por intermédio de seu presidente, o bispo de Camaçari (BA), dom João Carlos Petrini, divulgou nesta sexta-feira, 22 de março, algumas considerações a respeito de uma nota publicada pelo CFM.

Confira a íntegra da mensagem:

Brasília, 22 de março de 2013.

CEPVF Nº 0164/13

CONSIDERAÇÕES SOBRE A NOTA DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM) A RESPEITO DO ABORTO

Causou surpresa à sociedade brasileira a decisão tomada pelo Conselho Federal de Medicina, durante o I Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina, favorável à interrupção da gravidez até a 12ª semana, como prevê a proposta do novo Código Penal, em discussão no Senado Federal. As imediatas reações contrárias a esse posicionamento demonstram a preocupação dos que defendem a vida humana desde sua concepção até a morte natural. Merece, por isso, algumas considerações.

O drama vivido pela mulher por causa de uma gravidez indesejada ou por circunstâncias que lhe dificultam sustentar a gravidez pode levá-la ao desespero e à dolorosa decisão de abortar. No entanto, é um equívoco pensar que o aborto seja a solução.

Nossa civilização foi construída apostando não na morte, mas na vitória sobre a morte. Por isso a Igreja criou hospitais, leprosários, casas para acolher deficientes físicos e psíquicos. Recorde-se, em época recente, a figura das Bem-aventuradas Madre Teresa de Calcutá e Irmã Dulce dos pobres, bem como os milhares de pessoas que, quotidianamente, se dedicam a defender e promover a vida humana e sua dignidade.

As constituições dos principais países ocidentais apresentam uma perspectiva claramente favorável à vida. A Constituição Federal do Brasil, em seu artigo 1º, afirma que a República Federativa do Brasil tem como um de seus fundamentos a dignidade da pessoa humana. E, no seu artigo 5º, garante a inviolabilidade do direito à vida.

Ajuda a evitar o aborto a implantação de políticas públicas que criem formas de amparo às mulheres grávidas nas mais variadas situações de vulnerabilidade e de alto risco, de tal modo que cada mulher, mesmo em situações de grande fragilidade, possa dar à luz seu bebê. Esta solução é a melhor tanto para a criança, que tem sua vida preservada, quanto para a mulher, que fica realizada quando consegue ter condições para levar a gravidez até o fim, evitando o drama e o trauma do aborto.

O Conselho Federal de Medicina ao se manifestar favorável ao aborto até 12 semanas parece não ter levado em consideração todos os fatores que entram em jogo nas situações que se pretendem enfrentar. Sua decisão, que não contou com a unanimidade dos Conselhos Regionais, deixa uma mensagem inequívoca: quando alguém atrapalha, pode ser eliminado.

Para justificar sua posição, o CFM evoca a autonomia da mulher e do médico, ignorando completamente a criança em gestação. Esta não é um amontoado de células sem maior significado, mas um ser humano com uma identidade biológica bem definida; com um código genético próprio, diferente do DNA da mãe. Amparado no ventre materno, o nascituro não constitui um pedaço do corpo de sua genitora, mas é um ser humano vivo com sua individualidade. A esse respeito convergem declarações de geneticistas e biomédicos.

Todos esses fatores precisam ser considerados no complexo debate sobre o aborto, reconhecendo os direitos do nascituro, dentre os quais o direito inviolável à vida que vem em primeiro lugar.

Que os legisladores sejam capazes de considerar melhor todos os aspectos da questão em pauta e que seja possível um diálogo efetivo, com abertura para alargar o uso da razão. O uso apropriado da mesma não descartaria nenhum fator, reconhecendo os direitos do nascituro, o primeiro deles, o direito inviolável à vida. Deste modo, será possível legislar em favor do verdadeiro bem das mulheres e dos nascituros, e se consolidará o Estado democrático, republicano e laico, que tanto desejamos.

Dom João Carlos Petrini
Bispo de Camaçari (BA)
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral
para a Vida e a Família da CNBB
 

Da redação do Portal Ecclesia.

Francisco abre ritos de sua primeira Semana Santa como Papa

Papa Francisco durante as celebrações da Semana Santa (Foto: Alessandra Tarantino/AP)

Milhares de pessoas assistem na Praça de São Pedro do Vaticano à procissão de Domingo de Ramos, que pela primeira vez é presidida pelo Papa Francisco e que abre os ritos litúrgicos da Semana Santa.

Oliveiras centenárias trazidas da região de Apúlia, no sul da Itália, e folhas de palmeiras procedentes de Sanremo (Itália) adornam a praça vaticana, onde entrou o pontífice argentino em meio aos aplausos dos presentes, que levam em suas mãos ramos de oliveira.
Papa também leu Evangelho de Lucas que narra a chegada de Jesus na Cidade Santa (Foto: Filippo Monteforte/AFP) Francisco, revestido com ornamentos vermelhos e com o cajado levado por um ajudante, presidiu a procissão, que saiu do palácio pontifício e se dirigiu rumo ao obelisco de Sixto V, instalado no centro da praça vaticana.

No dia em que a Igreja lembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, o Papa chegou ao recinto durante o cântico "Hossanna", a bordo de um carro aberto.

Diante do obelisco, adornado com flores e plantas que evocam os cinco continentes, o pontífice abençoou as folhas de palmeira e os ramos de oliveira, símbolos da paz.

Depois, leu o Evangelho de Lucas que narra a chegada de Jesus na Cidade Santa. Após a leitura, ocorreu a procissão, da qual fazem parte laicos, sacerdotes, bispos, cardeais e o próprio Francisco. Em seguida, o Papa se dirigiu para o altar maior levantado no coração da praça vaticana para a missa.
O pontífice fechou a procissão levando nas mãos uma folha de palmeira artisticamente elaborada.
Concelebram a missa com o Papa os cardeais Agostino Vallini, vigário para a diocese de Roma, e Stanislaw Rylko, presidente do Conselho Pontifício para os Laicos; assim como os prelados Josef Clemens, secretário do Conselho Pontifício para os Laicos e Filippo Iannnone, vice-regente da diocese de Roma.

Também os cardeais Angelo Amato, prefeito regional da Congregação para a Causa dos Santos, e Mauro Piacenza, prefeito da Congregação para o Clero.
Neste dia se celebra também a Jornada Mundial da Juventude em nível diocesano e que é uma preparação para a XXVIII Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será realizada entre os dias 23 e 28 de julho no Rio de Janeiro e tem como lema "Ide e fazei discípulos a todos os povos".
A presença do Papa Francisco é esperada nesse encontro mundial dos jovens católicos na cidade brasileira.

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/03/francisco-abre-ritos-de-sua-primeira-semana-santa-como-papa.html