“As fofocas, as invejas e os ciúmes, não
nos levam à concórdia, à harmonia e à paz”, disse o Papa Francisco,
neste domingo, 18, na reflexão que antecedeu a Oração mariana do Regina
Coeli. O Santo Padre afirmou que o descontentamento e as lamentações
que existem também nas paróquias se resolvem “confrontando-se,
discutindo e rezando”.
Cerca de 50 mil peregrinos reuniram-se na Praça de São Pedro, no Vaticano, para participar da oração dominical com o Pontífice.
Francisco explicou que a leitura dos Atos
dos Apóstolos, da liturgia deste domingo, nos mostra que também na
Igreja primitiva surgiram as primeiras tensões e divergências.
“Na vida, os conflitos existem, o
problema é como enfrentá-los. Até aquele momento, a unidade da
comunidade cristã era favorecida pela pertença a uma única etnia e
cultura, a judaica. Mas, quando o Cristianismo, que por vontade de Jesus
é destinado a todos os povos, se abre ao âmbito cultural grego, essa
homogeneidade é perdida e surgem as primeiras dificuldades”, disse.
Havia ventos de descontentamento,
queixas, corriam rumores de favoritismo e de tratamento desigual,
continuou o Santo Padre. As ajudas da comunidade às pessoas carentes –
viúvas, órfãos e pobres em geral – pareciam favorecer os cristãos de
origem judaica em relação aos outros.
Foi então que os Apóstolos tomaram as rédeas da situação e convocaram uma reunião para discutirem a questão em conjunto:
“Os problemas, de fato, não se resolvem
fazendo de conta que não existem! E é bonito esse confronto contundente
entre os pastores e os outros fiéis. Chega-se, assim, a uma divisão do
trabalho. Os Apóstolos fazem uma proposta que é aceita por todos: eles
vão se dedicar à oração e ao ministério da Palavra, enquanto sete
homens, os diáconos, irão prover os serviços nos refeitórios para os
pobres”, explica o Papa.
E esses sete homens não são escolhidos
por serem especialistas em negócios, mas sim por serem homens honestos e
de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria; e são
constituídos em seu serviço através da imposição das mãos pelos
Apóstolos, destaca Francisco.
O Pontífice disse ainda que também hoje existem esses problemas e devem ser resolvidos:
“Os problemas na Igreja se resolvem
confrontando-se, discutindo e rezando, com a certeza de que as fofocas,
as invejas e os ciúmes não poderão jamais nos levar à concórdia, à
harmonia, e à paz. Quando deixamos ao Espírito Santo a guia ele nos leva
à harmonia à unidade e ao respeito dos diversos dons e talentos. Nada
de fofocas, nada de invejas, e nada de ciúmes. Vocês entenderam bem?”,
questionou o Papa.
Francisco concluiu pedindo à Virgem Maria
que ajude os fiéis a serem dóceis ao Espírito Santo, para que saibam
estimar-se mutuamente e unam-se sempre mais na fé e na caridade,
mantendo o coração aberto às necessidades dos irmãos.
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