Nesta quinta-feira, 20, o Brasil celebra o Dia da Consciência Negra. A data, considerada feriado em muitos municípios, marca a trajetória de conquistas dos negros.
O Brasil do século XVI recebeu os
primeiros negros trazidos da África. Doze milhões de escravos eram
obrigados a trabalhar em fazendas do território nacional.
O histórico hostil de maus tratos marcou a
vida dessas pessoas no país. O grito de independência começou com um
homem conhecido como Zumbi dos Palmares. Ele lutou até a morte contra a
escravidão, que só viria mais de cem anos depois de sua morte.
Séculos depois, a população negra
brasileira cresceu. Junto aos considerados pardos, representam 50% das
pessoas do país e somam mais de cem milhões de habitantes, segundo o
IBGE.
Novas conquistas vieram com o tempo. “Nós
temos aí uma lei que protege contra o racismo, qualquer ato de
discriminação, qualquer ato que denota o racismo, mas ainda precisa
muita caminhada, principalmente com relação à entrada no mercado de
trabalho, a entrada nas universidades, a participação na vida social do
Brasil”, explica a socióloga Arlene Bacarji.
Mas algumas gerações ainda mantém traços
destes desafios. Dona Maria da Conceição Mathias, 100 anos, viveu nas
fazendas. Trabalhou muito para criar oito filhos sozinha.
“Capinava, depois plantava”, ela recorda.
Os valores foram passados a família, que
não para de aumentar. São 53 netos, 108 bisnetos e 29 tataranetos. Mas a
avó continua sendo a alegria da casa.
A época de luta por liberdade é
relembrada todos os anos para conscientizar as pessoas da importância da
raça negra e de sua cultura na formação do povo brasileiro. Embora os
anos de sofrimento tenham ficado pra trás, o desejo de muita gente ainda
é que o preconceito também permaneça no passado.
Dona Neusa de Oliveira é bisneta de
escravo. No subúrbio do Rio de Janeiro aprendeu a lidar com as
dificuldades e a respeitar o próximo. As novas gerações aprenderam a
driblar as diferenças.
Com cumplicidade essas misturas de gerações ensinam que qualquer mudança pode começar através do amor.
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