Vaticano diz que cerca de 400 padres foram afastados por suspeita de pedofilia



Vaticano - O Vaticano disse neste sábado (18/01) que cerca de 400 padres foram afastados durante o pontificado do Papa Bento XVI, devido às queixas de crianças abusadas sexualmente por clérigos. "Em 2012, foram cerca de 100, enquanto que em 2011 foram cerca de 300", disse o porta-voz do Vaticano Federico Lombardi, citado pela agência de notícias AFP.

No entanto, a organização Snap, que junta vítimas de abusos sexuais por parte de membros da Igreja, disse em comunicado que essas medidas disciplinares não são suficientes e que “o Papa deve afastar também os clérigos que encobriram crimes sexuais”.

As revelações dos crimes sexuais cometidos por membros do clero e o encobrimento pelos seus bispos começaram na Irlanda e nos Estados Unidos há mais de uma década e têm abalado a Igreja Católica.

Bento XVI, que renunciou o ano passado e foi substituído pelo Papa Francisco, prometeu tolerância zero para os sacerdotes que cometeram os abusos e o Vaticano informou que recebeu milhares de relatos de abuso de dioceses locais.

Em uma ação inédita, uma delegação do Vaticano teve de dar, no início desta semana, respostas às Nações Unidas sobre o seu compromisso para acabar com os abusos sexuais de menores por padres diante da Comissão de Direitos da Criança, em Genebra.

O Papa Francisco disse na quinta-feira que os católicos devem sentir "vergonha" pelos escândalos, mas as associações que juntam as vítimas dizem que ainda há falta de transparência e que não foi feito o suficiente para denunciar os abusos à polícia.

"As autoridades católicas devem ajudar a garantir que os clérigos que abusaram de crianças são acusados criminalmente", relatou o Snap em comunicado.

Agência Brasil

Papa reorganiza banco do Vaticano e remove quatro cardeais, incluindo brasileiro



O papa Francisco promoveu nesta quarta-feira uma reorganização no banco do Vaticano, instituição atingida por escândalos, removendo quatro dos cinco cardeais que compõem um conselho de supervisão, numa ruptura do status quo financeiro clerical deixado pelo seu antecessor.

Entre os nomes substituídos está o do arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer. Além dele, foram removidos o indiano Telesphore Toppo e os italianos Domenico Calcagno e Tarcisio Bertone, ex-secretário de Estado do Vaticano.

Essa foi a medida mais recente do papa para colocar sob controle uma instituição que tem sido fonte de constrangimentos para a Santa Sé e que ele prometeu reformar ou fechar.
Os quatro cardeais foram removidos depois de cumprir apenas 11 meses dos seus mandatos de cinco anos como comissários que começaram sob o papado de Bento 16, que renunciou em fevereiro.

As mudanças ocorreram à medida que Francisco se aproxima de completar um ano como papa, um período marcado por austeridade e sobriedade, destacado por sua decisão de trocar os aposentos papais por um mais modesto.

A nova equipe inclui dois cardeais - Christopher Collins, de Toronto, e Christoph Schoenborn, de Viena - de dioceses relativamente ricas. Os dois lidam bastante com temas financeiros. Os outros são o arcebispo Pietro Parolin, o novo secretário de Estado do Vaticano, que virará cardeal no mês que vem, e Santos Abril y Castillo, espanhol baseado em Roma e amigo do papa.

Analistas e autoridades da Igreja o acusam pela supervisão falha que levou aos escândalos da época de Bento 16, incluindo o vazamento de documentos pessoais do papa por seu mordomo.

Bertone tem defendido o seu retrospecto se dizendo vítima de "acusações anônimas e rumores". O cardeal Domenico Calcagno também foi removido. Ele comandava outro departamento financeiro, que sofre auditoria externa. Magistrados italianos suspeitam de irregularidades financeiras.

Francisco não descartou fechar o banco se ele não puder ser reformado. A comissão de cardeais monitora as contas e aprova as estratégias do banco, além de agir como uma ligação entre o papa e a superintendência da instituição.

*Com Reuters

Em aceno a conservadores, papa diz que aborto prova 'cultura do descartável'


 O papa Francisco criticou nesta segunda-feira o aborto como evidência de uma "cultura do descartável", que desperdiça pessoas assim como alimentos, afirmando que tal mentalidade é uma ameaça à paz mundial.

Francisco também conclamou um respeito maior para os migrantes e denunciou a perseguição de cristãos na Ásia, na África e no Oriente Médio em sua análise global das crises mundiais pronunciada para diplomatas credenciados na Santa Sé.
 
Dizendo que a fome é uma ameaça à paz mundial, o pontífice afirmou que não apenas alimentos, mais os próprios seres humanos estão sendo descartados como desnecessários.

"Não podemos ser indiferentes àqueles que passam fome, especialmente as crianças, quando pensamos em quanta comida é desperdiçada todos os dias em várias partes desse mundo imerso no que frequentemente chamei de "cultura do descartável", disse o papa.

Essa cultura, afirmou, também afeta as crianças não nascidas. Frequentemente acusado por católicos conservadores de não se posicionar com suficiente rigor contra o aborto, o papa descreveu nesta segunda a interrupção voluntária da gravidez como algo "horrível". "Por exemplo, é horrível até mesmo pensar que há crianças, vítimas do aborto, que nunca verão a luz do dia", disse.

Esse foi o mais incisivo pronunciamento do pontífice argentino sobre o assunto desde sua eleição, em março de 2013. Francisco nunca deu sinais de que reveria a condenação da Igreja ao aborto, mas tampouco vinha fazendo as duras e frequentes recriminações contra essa prática que caracterizavam seus antecessores João Paulo 2º e Bento 16.

Em uma histórica entrevista à revista jesuíta italiana Civiltá Cattolica, em setembro, o papa alarmou os conservadores ao dizer que a Igreja precisava se livrar da sua "obsessão" com temas como aborto, contracepção e homossexualidade.

A posição de pontífice de favorecer a misericórdia em lugar da condenação desorientou muitos católicos conservadores, especialmente em países ricos, com os EUA, onde a Igreja está polarizada em torno de assuntos comportamentais.

No ano passado, o bispo de Providence (Rhode Island), Thomas J. Tobin, se disse frustrado pelo fato de o papa não ter tratado mais diretamente "do mal do aborto". Críticas nesse sentido vinham sendo ecoadas por sites católicos conservadores nos últimos meses.

No domingo, o papa nomeou 19 cardeais, incluindo o arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta. Antes da nomeação dos cardeais, o papa Francisco celebrou o batizado de 32 bebês na Capela Sistina.


 http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2014-01-13/em-aceno-a-conservadores-papa-diz-que-aborto-prova-cultura-do-descartavel.html

Harley Davidson do papa Francisco será leiloada para caridade

 


Com a assinatura "Francesco" no tanque, uma moto Harley Davidson de 1.585 cilindradas que será leiloada para caridade em Paris no dia 6 de fevereiro tem um dono incomum: o papa Francisco. O pontífice vai leiloar a Harley Davidson com o objetivo de arrecadar fundos para a Caritas Roma, entidade beneficente católica, informou a casa de leilões Bonhams nesta segunda-feira (13).

A moto foi dada de presente ao líder da Igreja Católica em junho de 2013 para marcar o 110º aniversário da Harley Davidson. Não se sabe se o papa chegou a guiar a moto. "Suspeito que tenha uma quilometragem bastante limitada", disse Ben Walker, chefe do setor de motos da Bonhams.

Em linha com o foco nos pobres e com a conhecida preferência por meios de transporte modestos --quando cardeal ele costumava andar de metrô em Buenos Aires--, o papa Francisco doou a moto para a Caritas. A Harley Davidson será leiloada no Grand Palais de Paris como parte do leilão "Les Grandes Marques du Monde", da Bonham.

Com valor estimado entre 12 mil e 15 mil euros (entre R$ 36 mil e R$ 45 mil), a moto foi assinada no tanque pelo pontífice em uma cerimônia especial no Vaticano em novembro. Uma jaqueta de couro Harley Davidson também assinada pelo papa será vendida imediatamente depois da moto. O dinheiro arrecadado será destinado à renovação do abrigo Don Luigi di Liegro, localizado numa estação central de trem de Roma.

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