O Papa Francisco e o Patriarca Bartolomeu
I assinaram neste domingo, 30, uma declaração conjunta reafirmando suas
intenções e preocupações comuns. Eles abordam a situação no Oriente
Médio e a consequente necessidade de paz e também destacam que é preciso
solidariedade entre os povos. A assinatura do documento foi um dos
últimos compromissos do Santo Padre na Turquia, sua sexta viagem
internacional.
O documento expressa a gratidão de Francisco e Bartolomeu I a Deus pelo dom deste novo encontro. Eles já haviam se encontrado em maio, na visita de Francisco à Terra Santa, e em junho, no encontro de oração que reuniu, no Vaticano, o então presidente de Israel, Shimon Peres, e o presidente da Palestina, Mahmoud Abbas.
Francisco e Bartolomeu reiteram, na
declaração assinada hoje, seus esforços a favor da promoção da unidade
plena entre todos os cristãos, sobretudo entre católicos e ortodoxos.
Eles não deixam de mencionar no documento sua preocupação com a situação
no Iraque, na Síria e em todo o Médio Oriente. “Estamos unidos no
desejo de paz e estabilidade e na vontade de promover a resolução dos
conflitos através do diálogo e da reconciliação”.
Uma atenção especial, nesse contexto, é
para a presença cristã na região, o que já se constata há mais de dois
mil anos. “Não podemos resignar-nos com um Médio Oriente sem os cristãos
(…) Muitos dos nossos irmãos e irmãs são perseguidos e, com a
violência, foram forçados a deixar as suas casas. Até parece que se
perdeu o valor da vida humana e que a pessoa humana já não tem
importância alguma, podendo ser sacrificada a outros interesses”.
O documento aborda ainda os grandes
desafios que o mundo enfrenta e que exigem a solidariedade de todas as
pessoas de boa vontade. Muçulmanos e cristãos são chamados a trabalhar,
juntos, por amor da justiça, da paz e do respeito pela dignidade e os
direitos de cada pessoa.
Recordando as pessoas que sofrem com a
guerra, o Papa e Bartolomeu I rezam, em particular, pela paz na Ucrânia,
país com uma antiga tradição cristã. “Apelamos às partes envolvidas no
conflito para que procurem o caminho do diálogo e do respeito pelo
direito internacional para pôr fim ao conflito e permitir que todos os
ucranianos vivam em harmonia”, acrescenta.
O texto é finalizado com um pedido para
que todos possam erguer orações a Deus pedindo o dom da paz, no amor e
na unidade, a toda a família humana.
Benção ecumênica
Antes da assinatura da declaração, o Papa e o Patriarca Ecumênico participaram da Divina Liturgia na
Festa de Santo André. Ao final da celebração, eles concederam uma
benção ecumênica a todos os que participaram do momento de oração.
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