Recorde os principais assuntos abordados durante o Ano da Fé


 


Já se passaram doze meses e o Ano da Fé caminha para a sua conclusão daqui a um mês, no dia 24 de novembro. Com a iniciativa, o Papa, hoje emérito, Bento XVI convidou os católicos para uma “autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo”, como diz a Carta Apostólica Porta Fidei, que proclamou o Ano da Fé.

Muitos especialistas se dedicaram em atender o convite de Bento XVI ao longo deste ano e escreveram diversos artigos sobre o assunto. A equipe do noticias.cancaonova.com também trabalhou em temas importantes acerca da fé católica durante este período. Entre eles, a Nova Evangelização, principal assunto do Sínodo dos Bispos, realizado em outubro de 2012, no Vaticano.
Para o diretor das Pontifícias Obras Missionárias (POM), padre Camilo Pauletti, o mundo sofreu mudanças e, da mesma forma, a evangelização precisa se adaptar para anunciar o Evangelho a todas as criaturas. O padre conversou com a nossa equipe e apontou caminhos para o avanço da Nova Evangelização no mundo. [Leia aqui]

Outro assunto pautado pela nossa equipe e interligado à Nova Evangelização foi a missionariedade da Igreja. Ainda segundo o padre Camilo, os cristãos precisam abandonar o egoísmo e sair em missão. Foi o que explicou o sacerdote na matéria publicada em 7 de janeiro deste ano.

Alguns aspectos da Doutrina Católica
O principal chamado do Ano da Fé se deu em torno da necessidade de se conhecer melhor a doutrina católica. Deus, segundo o Catecismo da Igreja, é o centro de toda a fé. Conversamos com o padre Paulo Ricardo e ele explicou o significado de Deus na vida do homem. [Leia a matéria]

Ainda em torno da doutrina, padre Paulo Ricardo abordou assuntos específicos como o que são as indulgências e quais seus efeitos e o significado do sinal da cruz para os católicos. "O sinal da cruz no limiar da celebração, assinala a marca de Cristo naquele que vai pertencer-lhe e significa a graça da redenção que Cristo nos proporcionou por sua cruz", explica o Catecismo católico. [Saiba mais]

O Catecismo da Igreja Católica também dedica uma unidade inteira para tratar de um assunto que, para os cristãos, é de suma importância: a oração. Alinhado aos ensinamentos da Igreja, padre Alírio José Pedrini, Dehoniano, autor de vários livros relacionados ao assunto, explica que a oração é o relacionamento de uma pessoa humana com o seu Deus. O sacerdote deu detalhes sobre as formas de oração e explicou porque Deus sempre atende as nossas súplicas. [Leia aqui]

Estritamente ligada ao Ano da Fé está a caridade, uma das três virtudes teologais. Sobre este assunto, o arcebispo de Belém do Pará, Dom Alberto Taveira, recordou sua importância para os católicos e explicou que este dom de Deus vai muito além de atos filantrópicos: trata-se de “amar o próximo com o amor de Deus”. [Leia a explicação de Dom Alberto].

O aspecto vocacional, como parte do ensinamento da Igreja, também foi abordado pela nossa equipe durante o Ano da Fé. De acordo com o padre assessor da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e Vida Consagrada da CNBB, padre Valdecir Ferreira, a Igreja vem lembrando os fiéis e fazendo um apelo para essa redescoberta da vocação. Esse processo, segundo o padre, se dá quando o fiel assume seu próprio batismo. [Entenda]

A Bíblia, ecumenismo e família
Estes foram três assuntos muito comentados durante o Ano da Fé. Bento XVI destacou na Porta Fidei a necessidade de se “readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja”. 

Sobre a Bíblia, duas matérias ganharam destaque durante este Ano da Fé. Na primeira, um biblista esclareceu questões sobre as variadas traduções bíblicas. Numa outra, o mestrando em Sagradas Escrituras, padre Antônio Xavier, falou dos livros apócrifos e explicou a melhor forma para serem lidos pelos católicos.

Já sobre o ecumenismo, o bispo da Diocese de Dourados (MS) e membro da Comissão Episcopal para o Ecumenismo, Dom Redovino Rizzardo, explicou que esta vivência é uma característica de um cristão adulto e verdadeiro. O bispo também dá detalhes sobre como viver a liberdade religiosa no mundo contemporâneo. [Leia aqui]

A família foi tratada durante o Ano da Fé com particularidade. Nesta semana, por exemplo, entre os dias 26 e 27, o Vaticano receberá milhares de famílias durante uma peregrinação, contextualizada no Ano da Fé. Tal importância dá-se à sacralidade da instituição perante Deus e a Igreja, conforme disse João Paulo II: “a família é o Santuário da vida”.

Para o bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro, Dom Antônio Augusto Dias Duarte, a família não é uma instituição em crise, como muito se diz. "Eu diria que não é a instituição familiar que está sofrendo crise, mas as pessoas que constituem as famílias e que se deixam infeccionar pela cultura do individualismo e do descarte", afirmou o bispo que também é  membro da Comissão Episcopal da CNBB para Vida e Família. [Leia mais sobre o assunto]

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Papa destaca maior necessidade da Igreja nos dias de hoje

 

Papa Francisco afirmou em uma longa entrevista divulgada nesta quinta-feira, 19, que a maior necessidade da Igreja hoje é a "capacidade de curar as feridas e de aquecer o coração dos fiéis".

Em entrevista exclusiva à Revista jesuíta italiana La Civiltà Cattolica, o Santo Padre afirmou que sonha como uma "Igreja Mãe e Pastora". "Os ministros da Igreja devem ser misericordiosos, tomar a seu cargo as pessoas, acompanhando-as como o bom samaritano que lava, limpa, levanta o seu próximo. Isto é Evangelho puro. Deus é maior que o pecado", destacou.

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.: Leia a entrevista completa disponibilizada no site dos jesuítas, em português

Francisco disse ainda que, por vezes, a Igreja encerrou-se em pequenas coisas e preceitos, porém, o mais importante é o primeiro anúncio: "Jesus Cristo salvou-te". Portanto, segundo o Pontífice, a atitude é a primeira reforma necessária na Igreja, e as reformas organizativas e estruturais são secundárias.

"Os ministros do Evangelho devem ser capazes de aquecer o coração das pessoas, de caminhar na noite com elas, de saber dialogar e mesmo de descer às suas noites, na sua escuridão, sem perder-se. O povo de Deus quer pastores e não funcionários ou clérigos de Estado. Os bispos, em particular, devem ser capazes de suportar com paciência os passos de Deus no seu povo, de tal modo que ninguém fique para trás, mas também para acompanhar o rebanho que tem o faro para encontrar novos caminhos", enfatizou.

O Santo Padre falou também de temas complexos como o aborto e uniões homossexuais. Francisco recordou que, em Buenos Aires, recebia cartas de pessoas homossexuais que sentiam-se condenadas pela Igreja. "Mas a Igreja não quer fazer isso", explicou. E recordou que, em sua viagem de retorno do Rio de Janeiro, disse que se uma pessoa homossexual é de boa vontade e está à procura de Deus, ele não seria "ninguém para julgá-lo".

"É necessário sempre considerar a pessoa. Aqui entramos no mistério do homem. Na vida, Deus acompanha as pessoas e nós devemos acompanhá-las a partir da sua condição. É preciso acompanhar com misericórdia. Quando isto acontece, o Espírito Santo inspira o sacerdote a dizer a coisa mais apropriada. Esta é também a grandeza da confissão: o fato de avaliar caso a caso e de poder discernir qual é a melhor coisa a fazer por uma pessoa que procura Deus e a sua graça".

O Pontífice afirmou o mesmo em relação às mulheres que cometaram aborto. E complementou: "Não podemos insistir somente sobre questões ligadas ao aborto, ao casamento homossexual e uso dos métodos contraceptivos. Isto não é possível. Eu não falei muito destas coisas e censuraram-me por isso. Mas quando se fala disto, é necessário falar num contexto. De resto, o parecer da Igreja é conhecido e eu sou filho da Igreja, mas não é necessário falar disso continuamente".

Na entrevista, realizada em três encontros no mês de agosto com o padre jesuíta Antonio Spadaro, especialista em comunicação e diretor da revista italiana La Civiltà Cattolica, Papa Francisco falou ainda, entre outros assuntos, sobre o que pensa de si mesmo, sua experiência a frente da Igreja, sua vocação jesuíta e sobre o rumo que pretende dar à Igreja em seu Pontificado. 



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