Festival de música da Jornada Mundial da Juventude tem duração de 10 horas

 

Nem o frio e a chuva atrapalharam a festa dos fiéis da Jornada Mundial da Juventude . Com um desfile de guarda-chuvas, os jovens invadiram os Arcos da Lapa e lotaram a abertura do Festival Halleluya. Nove bandas subiram no palco, foram 10 horas de música sem parar.
Essa é a terceira vez que o Rio de Janeiro recebe esse evento que acontece há 16 anos. A programação começou às 14h da quarta-feira (24). À noite a temperatura era de 14°C, o que surpreendeu muitos peregrinos. “Não me preparei para o frio. A gente só escuta falar que no Rio é quente. Então, quase não trouxe casaco”, comentou Tatiana Silveira, de Recife. “Olha, acho que nunca senti tanto frio no corpo. Mas, também nunca senti tanto calor na alma. Vale a pena bater queixo”, brincou Tatiana, lembrando que na sua mala tem até biquíni.
Um posto de gasolina próximo ao palco virou abrigo da chuva e local para fazer amizades. Grupos se misturam para dançar e cantar. Para dar boas-vindas aos visitantes, o carioca César Ramalho, de 16 anos, organizou uma roda para que cada um mostrasse de onde era. Na brincadeira, entrou na roda Pernambuco, Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraná e Porto Alegre, entre outros lugares.


Coreografias uniam os jovens e aumentava o grupo. “Estamos dançando para aquecer e para mostrar que Deus está presente em nossos corações. Meu coração queima por Jesus”, revelou Valéria, de Nilópolis.
“Essa é uma experiência incrível. É uma oportunidade de conhecer gente de todos os lugares. Estou abrindo minha mente. Fico feliz em saber que existe um milhão de pessoas que pensam iguais a mim, que têm a mesma fé que eu”, disse Carina Schulte, de 17 anos. “Vim para assistir ao show da banda Rosa de Saron, que eu gosto muito. Esse é um festival sem fronteiras para fazer novos amigos, novos irmãos”, concluiu.
Para muitos peregrinos, a JMJ é um intercâmbio de culturas e experiências. “É muito importante estar aqui. Unir jovens que têm a mesma ideia. Às vezes a gente nem fala a mesma língua, mas conseguimos nos comunicar”, contou Jessica Marotti, de 17 anos, que mora em Araruama, interior do Rio. Ela contou que no ônibus, a caminho do Festival, fez amizade com alguns argentinos e até aprendeu uma dança: chipe, chipe.
Teve gente que para estar na JMJ fez até campanha em redes sociais para arrecadar dinheiro. “Eu não tinha como vir até a semana passada. Não tinha nem o dinheiro da passagem. Aí criei uma página no facebook mostrando o quanto era importante estar aqui. Funcionou. Deus ajudou, os amigos também, e estou aqui”, confirmou o Paraense Alexandre Vasconcelos, de 16 anos. Ele encarou a viagem de ônibus sozinho e no primeiro dia já fez amizade e conseguiu lugar para ficar. "A igreja é jovem. A igreja é viva”. Esse é um dos gritos de guerra que marcam a JMJ.
Nem ônibus quebrado desanimou um grupo de Cornélio Procópio, no Paraná. “Não foi fácil chegar aqui. Mas, espero essa Jornada há mais de um ano. Sempre quis participar. Tinha que dar certo, a oportunidade era agora”, contou José Antonio Mendes, que está com um grupo de 90 pessoas. “Viemos em dois ônibus. Um quebrou e nós tivemos que parar. Foi um susto, quase pegou fogo. Mas, estamos aqui. É isso o que importa”, finalizou.

A programação do festival conta com uma mistura de ritmos para agradar a diversidade do público. “O show da Rosa de Saron está maravilhoso. Por meio dessas músicas que me inspiro em ser melhor. A letra me ensina a demonstrar meu lado humano”, revelou Maria Paula Freitas, de Manaus. “Para ficar mais perfeito, só falta São Pedro se lembrar da gente e mandar sol”, falou sorrindo.
O Festival Halleluya foi criado em Fortaleza e é promovido pela Comunidade Católica Shalom, instituição reconhecida pelo Vaticano e presente em 18 países como Roma, França, Suíça, Israel, Holanda, Uruguai, Tunísia , entre outros e em 64 cidades no Brasil incluindo o Rio de Janeiro onde desenvolve atividades de evangelização no Santuário do Cristo Redentor.
A abertura do evento contou com as apresentações de Bruno Camurati, Italo Vilar, Matt Maher, Expresso HG, Irª Kelly Patrícia, Anjos de Resgate, Banda Rosa de Saron e o Ministério Missionário Shalom. O Festival Halleluya vai até sexta-feira (26), com entrada gratuita. Os shows fazem parte da programação do Festival da Juventude, que conta também com reuniões de oração, vigílias, concertos, recitais, filmes, músicas, dança e teatro.

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